I.
Berro por paz...
Meu corpo circula
o mesmo espaço
de sempre e de nunca.
[espiral deposto, moinho]
A re-dor dói ainda mais.
II.
Só in verso
seremos possível.
Seremos audível
numa canção sobre pássaros.
Serás minha sabiá,
eu sua saíra.
Sairás de onde és
só metade.
Seremos
silêncio
surdo pra dor.
III.
Des espero voltar de onde jamais vim.
Lograr d’ouro lugar outro que não este aqui.
Pássara de dez encantos
voar cantos
poentes de
enfim.
IV.
Quase acidentalmente
me transformo
também
em árvore.
Pés cravados
na terra,
refém do
tempo
exato
as folhas
me vão
caindo.
A vida arbusta
casca enruga tronco e
palavra já não é água
mas âmbar
arvore-sendo
sabe-se lá como.
V.
Respiro...
Minha vida me parece
A vida de um outro.
Ela vive sem mim
e me entardece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário